O Estranho Caso de Angélica (2010)



Confesso que um dos maiores buracos no meu interesse por cinema, é não conhecer o trabalho do mestre Manoel de Oliveira. O feedback que sempre recebi acerca dele, enquanto cineasta, não é muito agradável nem cativante, mas considero que mesmo assim, por razões culturais e não só, é necessário e obrigatório conhecermos o que o cineasta mais velho do mundo fez e ainda faz.

Acabei agora de ver O Estranho Caso de Angélica, um filme realizado em 2010, protagonizado por Ricardo Trêpa, um dos seus netos. O cinema de Manoel de Oliveira é diferente, muito próprio e extremamente vincado, é um tipo de cinema que é impossível de ser apreciado pela sociedade em geral. Impossível mesmo. De certeza absoluta que sempre foi assim, mesmo quando ele não era conhecido por ser velho demais, e quando o seu trabalho era igual e comparável ao dos cineastas da altura.

O Estranho Caso de Angélica é macabro, não gravemente macabro mas é, tem uma fotografia e uma cor bonita (o cinema português dá cartas aí), é calmo, vive das expressões, da ternura e da indentidade de cada personagem, e mesmo havendo poucas palavras, é poético. Peca pelo elenco, que é basicamente o que faz com que o filme não seja tão credível. Achei piada a terem feito um filme que se passa nos dias de hoje, mas que se suporta nos trajes, costumes e tecnologia antiga. Só os carros é que nos fazem situar no tempo.

Se a restante obra do Manoel de Oliveira é assim, então acho que vale a pena conhecê-la. Siga!


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