Hannah Arendt (2013)


Com este filme, percebi uma coisa: Para alguma coisa existem as sinopses. Existem para serem consultadas antes do filme.
Tive a sorte de ter consigo ler a sinopse segundos antes de entrar na sala de cinema. Se o destino tivesse sido outro, muito provavelmente entenderia o filme de maneira diferente e acharia-o aborrecido, ou até mesmo poderia não o ter entendido da maneira correcta.
O filme flui bem e é bem construido.
Simplesmente amei, e apenas tive "discussões solitárias comigo próprio" durante o filme..
E no fim, não estando à espera, cheguei a`conclusão de que o filme é baseado em factos reais, o que me fez olhar para ele duma maneira ainda mais especial.




Mafalda (1982)



A essência da Mafalda não está neste filme. Melhor, a essência de Mafalda morreu com este filme, para quem assistiu.
Ver a Mafalda em movimento, com voz própria, e acompanhada por trilha sonora, por muito simples que seja, não faz sentido, e tira o brilho à magia e à inteligência dos livros.
O filme é todo ele baseado em textos já existentes. É fraco, e era impossível ser melhor, pois a Mafalda nasceu e deveria viver para sempre apenas em livros.
Os livros podem ser lidos por qualquer pessoa de qualquer idade, apesar dos adultos entenderem melhor a mensagem. Neste filme, o jogo inverteu-se. Está altamente infantil, e chegamos a um momento em que apenas queremos que a porcaria do filme acabe.
O próprio Quino nunca gostou muito de adaptações, e apesar de concordar, não percebo o porquê deste filme existir.
Mafalda, diz ao papá Quino que deverias ser lida para sempre.




Temporada 2



Depois de alguns meses inactivo, decidi voltar com o blog.

Nunca o usei para ser lido, mas sim para comunicar com o Mundo (algo que a natureza da minha própria pessoa pouco me permite). Mesmo assim, sejam bem-vindos à temporada 2 os que vêm em paz.

O Facebook veio para matar tudo o que é plataforma alheia, e conseguiu.
Mas o Facebook tem um contra que os blogs não têm: As coisas são esquecidas com o tempo, e não são partilhadas com a internet, mas sim apenas com quem usa a rede social. Durante este tempo, tive um facebook dedicado a cinema, porém a minha opinião pessoal sobre os filmes e sobre a vida pouco espaço ali tinha.

Durante este tempo todo, muitos filmes foram os que eu vi, muitas viagens eu fiz, muitas voltas a minha vida deu.

A lista de filmes assistidos foi actualizada, mas não irei fazer artigos sobre todos os filmes que vi, entretanto. Talvez só os que mais me marcaram.

"Sejam bem-vindos os que vêm em paz."

L'Illusionniste (2010)


Depois de ter visto o Les Triplettes de Belleville, e de literalmente me ter apaixonado pelo filme, fiz questão de ver o mais rapidamente possível outro trabalho do Senhor Sylvain Chomet. Como o Senhor possui ainda uma filmografia bastante simbólica, não tive muito por onde escolher, e o coelho que me saiu da cartola foi o L'Illusionniste. As expectativas estavam altas, lá mesmo ao de cimo. Li a sinopse e gostei do que li. E fui ver o filme, e pensei que ia gostar mais. O filme é muito bom, mas senti que a animação das personagens foi fraca em expressões. Os filmes de Sylvain Chomet abusam da falta de diálogos, e é a imagem, as expressões e a estética do espaço e das personagens que nos fazem entender o filme. Por isso mesmo, senti que podiam estar melhores e mais decifráveis. Mas isso não é mau, é da maneira que temos mesmo que estar com muita atenção ao filme. O argumento é de mestre, os desenhos são precisamente o tipo de desenhos que eu mais gosto. É no fim do filme que as peças que não encaixavam no puzzle, encaixam, o que tornou a longa bem mais desafogante.

E eu estou aqui à espera de mais e mais e mais, amigo Sylvain.



The Elephant Man (1980)


Gosto muito de obras baseadas em factos reais, dou prioridade a elas. Tanto filmes como livros, dá-me mais prazer conhecer algo que realmente aconteceu e/ou existiu.

The Elephant Man era um dos muitos filmes que estavam na lista de espera. Não o vi mais cedo por pensar que era de terror, e como não gosto muito disso, demorou mais um bocadinho. 

Já conhecia vagamente a história de Joseph Merrick (não John, como está no filme), e foi isso que o fez saltar mais rápido da lista. 

Eu tinha a certeza que ia gostar do filme, tudo dava a entender que sim: O realizador (que mesmo conhecendo muito pouco o trabalho dele, gosto bastante do que conheço), a história, e o feedback que recebi. O filme foi feito a preto e branco, o que foi uma ideia belíssima e muito bem pensada. Nós conhecemos o verdadeiro Joseph Merrick por fotografias a preto e branco, portanto só assim fazia sentido.

O filme entrou directamente para o meu Top, é inevitável, é mesmo o meu tipo de filme. Actuações soberbas.

Comovente, mas singelo.

Pena que já não se façam mais filmes como este.




Les Triplettes de Belleville (2003)



A poesia pode ser feita sem palavras.

E palavras é o que me faltam para descrever o que sinto sobre esta animação. Se arte existe mesmo, então Les Triplettes de Belleville é sinónimo disso.

E como já tinha dito, nem todas as animações são para crianças. Cuidado, porque ao pensarem assim, estão a perder carradas de obras-primas cinematográficas. E falo para todos, tanto para quem vê um filme por mês, como para quem vê filmes todos os dias.

As personagens são de origem portuguesa, o que nos faz ter uma maior ligação e carinho por elas e pelo filme. Eu próprio só o conheci por isso mesmo, disseram-me que era um filme que esteriotipava o português da maneira como somos vistos lá fora (povo dedicado e trabalhador, mulher com bigode, etc).

Achei o filme fantástico a todos os níveis. Sylvain Chomet? Único. Acho que mais ninguém conseguirá seguir esta linha. Por muito que queira e que tenha talento para tal.




Zookeeper (2011)



Não sei bem porquê, mas sempre me interessei por este filme, mesmo depois de ter sido considerado um dos piores de 2011. Talvez por se passar num Zoo, por ser com animais, e por ter um macaco pequeno que são sempre os mais engraçadinhos (lol). Achei arriscado, mas não resisti e comprei o DVD. E ainda bem!

Gostei bastante do filme. Zookeeper dá-nos boas vibrações, é extremamente engraçado, os animais estão brutais, o espaço é muito bonito, a trilha sonora é muito boa e apropriada. E mais importante que isso, não é parvo e ridicularmente hilariante como a maioria das comédias recentes, quase todas elas presentes nessa tal lista que o pôs no saco dos piores filmes do ano de 2011. É um filme com um argumento cuidado e simples, é simpático, tal e qual como todo o seu elenco. Cumpriu inteiramente com a palavra. A ideia do filme foi muito bem aproveitada, e um parabéns da minha parte à equipa.

Vê-se perfeitamente que não é um filme feito para andar no top, nem para andar aí a varrer prémios, tenho a certeza que o objectivo não era esse. O próprio argumento e enredo diz(-me) isso. Zookeeper está feito como deveria ter sido feito, mais era demais, e menos era demasiado pouco.

E Rosario Dawson, que beleza rara, meu deus!



REC (2007)



Vi o REC por curiosidade. Acho piada a filmes feitos com handycams, a técnica e o próprio conceito é muito original, pena que sejam todos de terror. Por assim ser, e como a curiosidade era mesmo grande, escolhi um filme quase ao calhas, e calhou-me este.

Para quem não conhece a sinopse de REC, a longa segue basicamente uma equipa de reportagem que acompanha uma equipa de Bombeiros durante os seus serviços numa madrugada. Toca o alarme, e o que parecia ser apenas um resgate normal duma idosa, é de facto algo inexplicável e maléfico.

Não sou nada adepto do género, mas não posso dizer mal deste filme. REC é um filme muito bom. Se o objectivo era passar realidade e prender uma pessoa o tempo todo, então foi mais do que cumprido. Produção genial, maquilhagem muito bem conseguida, diria mesmo que foi a perfeição da maquilhagem que tornou REC no que realmente é. Fotografia no ponto, perfeita, outro ingrediente importantíssimo para o resultado final do filme. Assusta para caraças, se bem que acho que já filmes de terror mais puxados. Aquele final, que suspense terrível, nunca o silêncio sonoro e de movimentos me fez tanta confusão!

Não estou interessado em ver as continuações, porque não é mesmo a minha praia, por isso sinto que foi "tempo perdido" porque o fim não é bem "um fim".